sexta-feira, 4 de março de 2011

Entrevista: Rafael Craviée

Rafael Craviée, natural de São paulo, 29 anos, é formado em educação física e especialista em treinamento de grupos.
Atualmente trabalha como instrutor da academia Malhação unidade Prudente de Morais (BH-MG) e coordenador do grupo de corridas da mesma academia.

Rafael, quando surgiu interesse por corridas de rua?
Morava em São Paulo e desde pequeno sempre assisti a São Silvestre ao vivo na Consolação pelo fato de morar próximo da região. E dizia aos meus pais que quando crescesse iria treinar e participar da Corrida.

Como foi o começo?
na época da faculdade praticávamos muito esporte e devido a minha baixa estatura (1,65m) não me destacava em voley ou basquete (rs.). Gostava de jogar futebol, mas como praticava com muita frequencia, sofria muitas lesões. Foi quando um amigo me convidou para participar de uma prova de rua de 10km. Completei a prova em 48 minutos e depois não consegui parar. É um vício.

Como decidiu ser técnico de equipe de corridas?
Trabalhava na academia e vi de perto o criscimento dessa modalidade. Vários grupos estava sendo criados e percebi que muitos alunos da academia, corriam todos os dias nas esteiras e as vezes na rua. Muitos comentavam que a academia devia ter uma equipe, foi quando propuz a idéia e os donos aceitaram a sugestão.

Qual a diferença para uma pessoa que deseja correr, participar de um grupo desse?
HOje posso dizer que a corrida é o esporte da moda e muita gente começ a correr sem nenhum preparo ou atenção. O treinador antes de mais nada deve pedir ao aluno um checkup médico para saber como está a saúde, principalmente o coração. Depois é avaliado as condições físicas e assim decidir qual o melhor treino para que o atleta desenvolva e atinja um bom rendimento. Ainda tem como avaliar postura e passar um treino individual.

O que as pessoas que participam do grupo de corridas mais esperam?
Depende. Tem pessoas que desejam emagrecer, outras querem ganhar resistência física e também tem quem está afim de aliviar o stress do dia dia.

Como você acha que os grandes eventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas irão afetar o esporte?
As pessoas estào muito mais ligadas a saúde e boa forma. Com a copa e olimpíadas a tendência é só aumentar o interesse pelas corridas. Grandes empresas tem investido o que acaba aumentando tambem o interesse.

Belo Horizonte tem bons lugares para esse esporte?
O problema é que BH tem uitos morros que dificulta um pouco. Temos os pontos tradicionais como pampulha, lagoa seca, av. bandeirantes, barragem Santa Lúcia e Andradas. Fora desses lugares, é meio improviso.

MP interdita nove estádios do interior de Minas, inclusive o Parque do Sabiá

O Parque do Sabiá e mais nove estádios do interior de Minas Gerais foram interditados pelo Ministério Público. A interdição, inclusive, já foi oficializada pela Federação Mineira de Futebol e a decisão foi tomada por conta da falta de documentação necessária para a segurança nessas praças esportivas.

O Ministério Público interditou os estádios Antônio Guimarães de Almeida (Tombos), Bernardo Rubinger de Queiroz (Patos de Minas), Dr. Ronaldo Junqueira (Poços de Caldas), João Havelange/Parque do Sabiá (Uberlândia), José Flávio de Carvalho (Itaúna), José Maria Melo (Montes Claros), Juca Pedro (Formiga), Waldemar Teixeira de Faria (Divinópolis) e Zama Maciel (Patos de Minas) devido a não apresentação dos laudos necessários.

O Cruzeiro, que fez três jogos no Parque do Sabiá contra Corinthians, Flamengo e Internacional, preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

- Não vamos comentar sobre isso. Enquanto não formos notificados não falaremos nada. Ligamos para Uberlândia e não nos falaram nada disso – declarou o gerente de futebol da Raposa, Valdir Barbosa.

Comitê da Fifa vistoria seis candidatos a Centro Oficial de Treinamento no Rio de Janeiro


Ao todo, seis candidatos cariocas tentam receber o Centro Oficial de Treinamento (COT) do Mundial de 2014. Eles passaram por uma vistoria técnica no último fim de semana. Ninguém deu um pio sobre o que viu: os técnicos do Comitê Organizador Local vão botar no papel tudo que observaram e produzir um relatório sobre os campos que tentam sediar treinos em 2014.


Dos quatro grandes clubes do Rio, apenas o Fluminense ficou de fora. O Botafogo ofereceu o Engenhão, o Vasco apresentou São Januário e o Flamengo propôs o estádio da Gávea e a estrutura, ainda tímida, do Ninho do Urubu. Além deles, o CFZ, clube de Zico, também se candidatou, assim como a Escola de Educação Física do Exército, instalação tradicional da cidade que já serviu de base para a seleção brasileira em diversas campanhas vitoriosas.

A delegação do Comitê Organizador no Rio de Janeiro foi formada pelo gerente de competições e serviço às equipes, Frederico Nantes; e pelos consultores da Arena, empresa que presta serviços ao Comitê.

Depois do Rio, a delegação seguiria para Belo Horizonte. As demais cidades a serem vistoriadas são: Salvador (13 e 14 de fevereiro); Brasília (15 e 16 de fevereiro); Cuiabá (17 de fevereiro); Manaus (26, 27 e 28 de fevereiro); Recife (12 e 13 de março); Natal (14 de março) e Fortaleza (15 e 16 de março).

Cadeiras do Mineirão vão servir estádios do interior




O Governo de Minas, que administra o Mineirão, anunciou o destino de parte das 56 mil cadeiras que hoje estão no estádio. Elas serão doadas para cinco estádios diferentes do interior. No projeto do novo estádio para o Mundial de 2014, os bancos de plástico serão substituídos por assentos retráteis, que atendem às exigências da Fifa.

A maioria das cadeiras antigas, cerca de 25 mil, será destinada para o Parque do Sabiá, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O estádio é o segundo maior de Minas (capacidade próxima a 50 mil torcedores) e foi utilizado pelo Cruzeiro em seis partidas deste campeonato brasileiro. A cidade é uma das favoritas a receber seleções durante o mundial - ainda mais porque está entre Belo Horizonte e Brasília, cidades-sede da competição.

Outros oito mil assentos serão doados ao simpático Villa Nova, da cidade de Nova Lima, na região metropolitana, e serão instalados no estádio Castor Cifuentes, o Alçapão do Bonfim.

Cinco mil cadeiras vão para o estádio do Democrata Futebol Clube, em Governador Valadares, no Leste do Estado, mais duas mil para o Guarani Esporte Clube, de Pará de Minas, no Centro-Oeste do Estado, e outras três mil para a Associação Esportiva Recreativa Usipa (três mil), em Ipatinga, no Leste de Minas Gerais.

Ao todo, 43 mil cadeiras serão doadas neste primeiro momento, o que representa 80% do total. É que há uma previsão de perda de 20% no processo de retirada dos objetos do estádio. Caso sobre, o governo vai procurar atender a outras praças, já que 22 estádios fizeram pedidos para aproveitamento das cadeiras do Mineirão.

Segundo o governo, o critério adotado para as doações levou em conta a importância de cada praça esportiva. Governador Valadares e Nova Lima, por exemplo, têm times na primeira divisão do campeonato mineiro e Uberlândia tem, neste momento, o maior estádio do Estado em funcionamento.

Todo o trabalho de remoção, transporte e recolocação das cadeiras será por conta dos clubes beneficiados. Mas a conta vale a pena. O preço de uma cadeira nova deste tipo hoje é de R$ 90. A Ademg calcula que o custo para a remoção do material seja de R$ 9 para cada objeto. Já o transporte varia de acordo com a distância.

O reaproveitamento evita também que os assentos sejam despejados em qualquer lugar, trazendo um grande passivo ambiental, já que são feitos de material de difícil decomposição. Bom negócio para os clubes e para o meio ambiente.

Belo Horizonte anuncia novos hotéis para 2014



Empresários anunciaram, na última quarta-feira, a construção de mais três novos hotéis na capital mineira. Ao todo, serão mais 1.200 apartamentos disponíveis para atender à demanda de turistas, principalmente na realização da Copa das Confederações, em 2013, e do Mundial de 2014. A falta de hospedagem é o principal problema que impede Belo Horizonte de receber a abertura da competição.

Entre os projetos, o destaque é o Site Belvedere, que será construído na av. Raja Gabaglia, Zona Sul da capital. Serão dois hotéis conjugados: um hotel cinco estrelas, com a bandeira Pullman e 280 apartamentos, e outro com a bandeira Íbis, para o segmento mais econômico, com 220 apartamentos. O custo total do empreendimento é de R$ 150 milhões. As obras começam no ano que vem.

Os outros dois empreendimentos já estão sendo construídos na região da Savassi. Em fase inicial, o Site Afonso Pena também terá dois hotéis em um mesmo lugar. Um, com a bandeira Íbis, contará com 204 apartamentos. A outra parte será uma torre com a bandeira Formule I, com cerca de 300 apartamentos. O investimento é de R$ 100 milhões.

Por último, os investidores apenas confirmaram a conclusão do Íbis Savassi, na av. do Contorno, para o ano que vem. Com 208 apartamentos e investimento de R$ 50 milhões, o hotel começou a ser construído antes do anúncio de que o Brasil seria a sede do Mundial de futebol e estava sendo planejado para atender a demanda atual. Como já falamos aqui, é difícil encontrar vagas em hotéis de Belo Horizonte com menos de 48 horas de antecedência.

“O anúncio é um passo importante para a ampliação da rede hoteleira e a expansão da capacidade da capital de receber eventos de grande porte. Estamos falando de mais de 1.200 apartamentos, sendo 280 cinco estrelas, que é uma grande carência na cidade. Estamos avançando em um ritmo adequado. A cidade tem demandas e condições suficientes para absorver mais hotéis de quatro e cinco estrelas”, disse o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda.

Os empresários destacaram o esforço do poder público mineiro, que aprovou uma lei com incentivos para quem abrir empreendimentos nos ramos hoteleiro, cultural e de saúde até 2014. “Se não houvesse a lei, que facilita o processo de construção, não conseguiríamos concluir os empreendimentos em tempo hábil para atender a demanda da Copa”, explicou Abel Castro, diretor de Desenvolvimento da Rede Accor.

A expectativa é de que até 2014 a cidade ganhe, pelo menos, mais 15 novos hotéis com 3,5 mil leitos. Segundo cálculos das autoridades públicas, Belo Horizonte já tem cerca de 35 mil leitos a um raio de 150 quilômetros do local dos jogos. A exigência da FIFA é de 20 mil, sem especificar as estrelas. Mas as vagas no entorno da cidade, por observação própria, são mais de pousadas e hotéis fazenda, que recebem poucas pessoas de uma vez. Por isso, quanto mais leitos novos em BH, melhor para a cidade.

ARENA DO JACARÉ GERA LUCRO PARA SETE LAGOAS




Estamos ainda a três anos da competição, mas já tem cidade mineira colhendo lucros pela realização do Mundial de 2014 no Brasil. Pelo menos é o que ocorre com Sete Lagoas, que fica a 70 quilômetros de Belo Horizonte. Os jogos dos times mineiros na Arena do Jacaré aqueceram a economia da cidade e estão gerando renda para a população e arrecadação para o município.

Não custa lembrar que a utilização do estádio foi necessária devido a um erro de planejamento das autoridades mineiras, que resolveram reformar ao mesmo tempo os dois estádios da capital - o Mineirão e o Independência - para o Mundial, deixando os três times da capital “desalojados”.

Além disso, as obras do Independência sofreram atrasos e o estádio deve ficar pronto, na melhor das hipóteses, no meio deste ano. Mas, certamente, boa parte da população de Sete Lagoas não está nem um pouco triste com isso. Em 2010, foram 50 jogos na Arena do Jacaré pelas séries A e B do Campeonato Brasileiro e Copa Sulamericana, com 320 mil pagantes. A prefeitura estima que pelo menos 95 mil turistas foram à cidade ver os jogos.

Os hotéis de Sete Lagoas tiveram um aumento médio de ocupação de 20%, principalmente pela demanda de profissionais de imprensa de todo o país. Os resorts da região também comemoram, já que estão servindo de concentração para as delegações que vão atuar no estádio. Apenas o Atlético não usa os hotéis da cidade, já que seu CT, em Vespasiano, fica no caminho para Sete Lagoas.

Ainda segundo dados levantados pelo município, bares e restaurantes também registraram um aumento de 20% no faturamento total após a mudança do local das partidas. Em dias de jogos, o movimento do comércio próximo ao estádio chega a aumentar 70%. “A cidade passou a ter destaque nacional com a transferência dos jogos do Campeonato Brasileiro, aumentando nossa visibilidade”, diz o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Éder Bolson.

No domingo passado, o Estádio Joaquim Duarte Nogueira, pertencente ao Democrata Futebol Clube, recebeu o clássico entre Cruzeiro e Atlético, o segundo em sua história, pelo Campeonato Mineiro, vencido pelo Galo por 4x3. Na quarta-feira (16), a Arena do Jacaré receberá o seu primeiro jogo por uma Copa Libertadores, Cruzeiro x Estudiantes (ARG), fato louvável para um estádio do interior que completou em janeiro cinco anos.

Com a demora nas obras do Independência e com o Mineirão previsto para ficar pronto em 2013, Sete Lagoas deve ter pelo menos mais um ano de colheita de lucros por ser a capital mineira do futebol, mesmo que interinamente.

Escolhidas empresas que serão responsáveis pela PPP do Hospital Metropolitano de Belo Horizonte




O consórcio formado pelas construtoras Tratenge Engenharia e Planova Planejamento e Construções irá viabilizar a conclusão do Hospital Metropolitano de Belo Horizonte, na região do Barreiro. A unidade de saúde é importante para que a capital mineira cumpra mais um item do caderno de encargos da Fifa para uma cidade-sede da Copa do Mundo, que é o número de leitos hospitalares disponíveis.

Este será o segundo hospital do Brasil a ser viabilizado sob o modelo de Parceria Público Privada (PPP). Com investimentos globais de R$ 1,2 bilhão, o contrato possibilitará uma economia de R$ 100 milhões aos cofres públicos. As obras estão previstas para serem iniciadas em até 60 dias após a conclusão da superestrutura, em abril deste ano. A entrega do hospital deve ser realizada no segundo semestre de 2012, com todos os equipamentos necessários para seu funcionamento.

O presidente da Tratenge Engenharia, Renato Salvador, acredita que a economia gerada ao governo se deve, principalmente, à experiência das empresas consorciadas na construção e gestão de empreendimentos na área da saúde. A Tratenge possui hoje três hospitais sendo construídos em São Paulo e outro no Espírito Santo. Além disso, mantém um contrato com a prefeitura de São Paulo para manutenção de 11 hospitais na capital paulista, com fornecimento de equipamentos e estrutura física. A Planova tem em seu portifolio a construção de sete hospitais e, atualmente, está construindo novas unidades médicas em Fortaleza e São Paulo.

A parceria realizada para conclusão do Hospital Metropolitano de BH prevê que o consórcio vencedor seja o responsável pela gestão administrativa da instituição por um período de 20 anos. Além disso, o empreendedor realizará investimentos iniciais de aproximadamente R$ 200 milhões para conclusão da obra civil, fornecimento e implantação da infraestrutura de apoio, provisão de serviços administrativos, prediais e de hotelaria.

A prefeitura, por sua vez, será responsável pela provisão dos serviços assistenciais: médicos, enfermeiros e pessoal especializado para atendimento à população. À administração pública cabe também o projeto executivo, a execução da superestrutura, o fornecimento de equipamentos e insumos médico-hospitalares, parte do mobiliário destinado à assistência e o transporte de pacientes.

Com uma área construída total de 42 mil metros quadrados, o Hospital Metropolitano de BH terá onze andares, sendo quatro para internações, quatro para atendimento e administrativo e três níveis subsolos para necrotério, estacionamento etc. Além disso, disporá de um heliponto, 10 elevadores e aquecimento da água parcialmente feito através do sistema de ar-condicionado. No total, serão 39 leitos no pronto atendimento, 280 para internações, 40 no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e mais 12 salas de cirurgia.

Além do auxílio do atendimento para a Copa, o hospital do Barreiro será um legado importante para a população, já que as pessoas de uma das regiões mais populosas da cidade não vão ter mais que se deslocar para a chamada “área hospitalar”, que fica bem no centro da cidade, para atendimentos de média e grande complexidade.

terça-feira, 1 de março de 2011

"Dono" do Estádio Olímpico, West Ham tem projeto questionado


Comerciantes do entorno lamentam decisão do West Ham de deixar o Upton Park

Foto: Ulisses Neto/Especial para Terra


Ulisses Neto
Direto de Londres

Como não transformar 500 milhões de libras (cerca de R$ 1,35 bi) dos cofres públicos em um enorme elefante branco? Esse é o principal desafio da Companhia para o Legado do Parque Olímpico, a OPLC na sigla em inglês. A empresa estatal foi criada para confirmar que Londres não repita os mesmos erros cometidos em outras cidades com casos emblemáticos de desperdício de recursos, como Montreal e Atenas.

Hoje, a OPLC anunciou que o Estádio Olímpico, que terá capacidade para 80 mil pessoas durante os Jogos de 2012, será repassado para o West Ham United, equipe da primeira divisão do Campeonato Inglês. O clube, atual lanterna da competição, conseguiu derrotar o Tottenham Hotspurs em uma disputa política que envolveu declarações polêmicas, críticas efusivas e ataques dos dois lados.

O projeto do West Ham para ocupação do Estádio Olímpico de Londres prevê uma reforma orçada em cerca de 100 milhões de libras (R$ 270 milhões). As obras devem começar logo após o final dos Jogos Paraolímpicos e a previsão é de que tudo esteja pronto em dois anos, com o local recebendo partidas de futebol no início da temporada de 2014/2015.

A pista de atletismo, principal alvo da disputa entre West Ham e Tottenham, será mantida, o que vai deixar a arquibancada a pelo menos 45 metros de distância do gramado. Para os padrões dos estádios mais modernos da Europa, isso é considerado um problema sério.

Os adversários do projeto insistiram que a manutenção da pista é inviável e que a visão dos torcedores será bastante prejudicada. O presidente da empresa de entretenimento americana AEG, sócia na proposta do Tottenham, prevê que a arena estará falida em 10 anos.

"Em nenhum lugar do mundo é possível construir um estádio com capacidade para 60 mil lugares que abriga futebol e atletismo ao mesmo tempo e ainda fazer com que isso funcione", previu Tim Leiweke.

A própria torcida do West Ham, que em sua maioria apoiou o projeto de mudança, ainda tem dúvidas sobre a qualidade da nova casa. "Essa é uma mudança por dinheiro. Eu não queria ver o time saindo do Upton Park, temos muita história por aqui. E também será um gramado (no novo estádio) que não é tão perto da torcida. Por isso, eu acho que não vai ser bom, no final das contas", disse o torcedor Andy Walkings.

O atual estádio do West Ham, o Boleyn Ground (popularmente conhecido como Upton Park), tem capacidade para 35 mil pessoas e foi construído em 1904. Mesmo com o time em má fase, a lotação máxima é atingida com frequência.

Dessa forma, a diretoria do clube espera atrair ainda mais público com o estádio maior. O torcedor Ben Huges, que afirma seguir a equipe todos os finais de semana, afirma que "o estádio vai ajudar a capitalizar o crescimento na torcida do West Ham. Será uma excelente oportunidade. Nós já temos uma grande história que só tende a crescer. Com certeza, o fato de nos mudarmos para um lugar maior facilita bastante as coisas".

Viabilidade

No entanto, grandes questionamentos cercam o projeto escolhido pela OPLC como o mais indicado para garantir o legado olímpico em Londres.

Atualmente, o West Ham ocupa o último lugar do Campeonato Inglês. O rebaixamento para a segunda divisão é iminente e o resultado será uma arrecadação menor com mais dificuldades para atrair público nos jogos menos importantes. Fora da elite do futebol da Inglaterra e com menor exposição na mídia, o clube ainda terá problemas para financiar as reformas necessárias de adequação do Estádio Olímpico.

A autoridade regional de Newham, onde está localizada a arena, prometeu emprestar 40 milhões de libras para as obras. Mas o repasse de recursos ainda não está totalmente confirmado. A palavra do momento na Inglaterra é "austeridade" e despejar milhões e milhões dos cofres públicos em um time de futebol, justamente da região mais carente da cidade, é uma ideia que está sendo bastante questionada por moradores e líderes locais.

Além do empréstimo público, o West Ham pretende arrecadar mais 20 milhões de libras com a venda do seu atual estádio. Outros 35 milhões serão repassados pelo Comitê Olímpico.

O comércio no entorno do Upton Park também já lamenta a decisão e prevê um futuro desolador com a saída do time da região. O empresário Jeyachambiam Jeyarbbam, dono de um pub a poucos metros da arena, não vê outra alternativa senão fechar as portas daqui a alguns meses.

"Não será só o meu negócio, a saída do West Ham vai acabar com todos os principais pubs do bairro. São aproximadamente 30 pubs nesta área que vão fechar", lamenta. "E é claro que outras lojas e restaurantes também serão muito afetados. Cerca de 50% do meu faturamento anual vem do movimento nos dias de jogos. Por isso, a presença do West Ham aqui é muito importante". Jeyarbbam afirma que um comitê de comerciantes da área tentou negociar com o clube de futebol, mas não obteve grandes resultados.

Apesar da decisão por unânimidade tomada pelo conselho da OPLC, o Tottenham já avisou que não pretende desistir do plano de se mudar para Stratford. O time ameaça recorrer à justiça para reverter o resultado do processo de seleção e afirma ter sido usado para justificar um jogo de cartas marcadas. No entanto, o projeto do Tottenham não conta nem mesmo com o apoio dos seus próprios torcedores, que não querem se mudar da região Norte de Londres para a região Leste.

"Nós deveriamos ficar aqui mesmo, esse é o nosso lugar, em Tottenham. Nós também podemos crescer aqui. Aliás, esse era o plano original", ressalta o torcedor Steven Soverage. Além disso, os Spurs pretendiam demolir o recém-construído estádio olímpico e retirar a pista de atletismo, opção altamente criticada pela OPLC.

Dirigentes confirmam orçamento em dia e Londres "79% pronta"


O Estádio Olímpico, que será do West Ham após os Jogos, está em fase final de construção

Foto: AP

O governo britânico, em parceria com o ODA (Olympic Delivery Authority), órgão responsável por todas as obras da Olimpíada de Londres 2012, confirmou nesta quinta-feira que o orçamento para os Jogos será cumprido, assim como os prazos estipulados.

O último valor aprovado pelas autoridades britânicas é de 9,2 bilhões de euros (cerca de R$ 25 bilhões). A previsão atual, no entanto, é que as obras sejam finalizadas com 7,3 bilhões (aproximadamente R$ 19,6 bilhões).

O Ministro dos Esportes londrino, Hugh Robertson, confirmou à BBC que a continuidade das obras está dentro do planejado, em tempo e custo. O diretor executivo da ODA, Dennis Hone, porém, ressaltou ao jornal britânico que ainda há muito trabalho para ser feito - e que Londres se encontra 79% pronta.

O orçamento para a Olimpíada de 2012 já sofreu três alterações importantes. Em 2003, a ministra Tessa Jowell afirmou que os custos seriam de 2,3 bilhões de euros (cerca de R$ 6,4 bi). Em 2007, o valor subiu para 5,3 bilhões (aproximadamente R$ 14,3 bi), já incluindo toda a infra-estrutura local - o que seria recalculado depois.

No ano passado, o ODA assumiu a responsabilidade de operar todo o Parque Olímpico, com as principais arenas esportivas, entre 2011 e 2014. O velódromo será a primeira grande obra a ser finalizada, com previsão para o fim deste mês.

Outra definição importante aconteceu na última semana, quando o Estádio Olímpico, principal obra para 2012, teve o West Ham United confirmado como responsável pelo local após o fim dos Jogos.

Rio inicia projeto ambiental de R$ 340 milhões para 2016

Um dos principais compromissos assumidos pelo Rio de Janeiro com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 começou a ser cumprido. Nesta quarta-feira, teve início as obras do Programa de Recuperação Ambiental da Bacia de Jacarepaguá, na Zona Oeste. O custo do projeto é de R$ 340 milhões e a previsão é a de que esteja concluído em 18 meses.

A macrodenagem de Jacarepaguá vai ser importante para o término das enchentes e a melhoria das condições ambientais na região. Além disso, os rios da bacia desembocam nas lagoas onde estarão instalados os principais equipamentos para os Jogos Rio 2016: Parque Olímpico, Parque dos Atletas e Vila Olímpica.

"Não adianta cuidarmos das lagoas da Barra da Tijuca, se não cuidarmos da Baixada de Jacarepaguá. Ao contrário do que fizeram nos Jogos Pan-Americanos (2007), que só se preocuparam em construir estádio, agora, a prefeitura está preocupada é com obras de infraestrutura", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

No total, serão 100 km de canalização e recuperação ambiental. O projeto ainda prevê o reassentamento de famílias instaladas em áreas de risco ambiental.

Obras de estádios e da Vila Olímpica entram na reta final para Londres 2012



Novas imagens divulgadas pelos organizadores dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, mostram o progresso no Parque Olímpico a 17 meses da competição.

As imagens revelam como o local está mudando enquanto as obras se aproximam do final, previsto para o segundo semestre de 2011. A estrutura do Estádio Olímpico está completa, assim como a cobertura e os assentos.

No estádio, o campo central está pronto para que o gramado seja plantado e para que a pista de atletismo seja instalada no entorno. Foi plantada grama no entorno da construção, assim como mais de 1.500 árvores e milhares de outras plantas.

Perto dali, o velódromo foi o primeiro local do Parque Olímpico a ficar pronto.

No Centro Aquático, as estruturas permanentes foram finalizadas. O trabalho continua em áreas como a cobertura e revestimentos.

Na Vila dos Atletas, mais de três quartos da estrutura da área residencial já estão prontas, segundo o comitê organizador.

Rápido e sustentável, Velódromo é considerado obra-prima para 2012





Ulisses Neto
Direto de Londres

Entregue no prazo, dentro do orçamento, atendendo aos requisitos técnicos e acima das expectativas dos atletas. O Velódromo de Londres para os Jogos Olímpicos de 2012 ostenta um cartão de visita invejável.

Inaugurada na semana passada, a primeira grande instalação do Parque Olímpico a ficar pronta já está sendo considerada como a melhor pista de ciclismo do mundo. Por isso, parte da imprensa britânica afirma que a obra pode salvar a reputação do Reino Unido, que enfrenta sérias dificuldades com o centro aquático e o Estádio Olímpico.

A arena, que tem capacidade para seis mil espectadores, cumpre as principais demandas dos organizadores do evento: oferece condições para grandes performances dos competidores, prioriza a sustentabilidade ambiental e tem seu legado pós-Olimpíada garantido. O projeto considerado diferenciado envolveu a participação de grandes nomes do ciclismo britânico durante a sua concepção, entre eles o astro Chris Hoy, que conquistou três medalhas de ouro nos Jogos de Pequim em 2008.

"É fantástico, realmente impressionante. Tanto dentro, como fora, tudo foi projetado perfeitamente. Não há velódromo melhor que esse em nenhum lugar do mundo", comemorou Hoy na cerimônia de inauguração.

Entre os principais responsáveis pelo grande sucesso do Velódromo de Londres, está o arquiteto brasileiro Gustavo Brunelli. Coordenador do projeto ambiental, Brunelli participou de todas as etapas da construção, desde o início do concurso público realizado pela autoridade olímpica até a entrega final.

Ele aponta a "simplicidade" do programa estabelecido como o ponto determinante para manter a obra dentro do orçamento e ainda superar as exigências técnicas dos atletas. "Tudo tem uma razão no projeto. Por exemplo, a dupla curvatura (na cobertura) existe porque a gente queria que o meio do Velódromo ficasse o mais baixo possível. Dessa forma, conseguimos diminuir o volume do prédio, o que reduz os gastos de energia com aquecimento, por exemplo", diz. "Mas, a gente também queria ter áreas altas para poder, durante o verão, quando se tem ventilação natural, usar isso para fazer com que o ar quente saia mais fácil, no efeito chaminé."

O arquiteto explica ainda que "o Velódromo é um prédio muito especial em termos de requerimentos. A questão da temperatura interna e do movimento do ar é indispensável para não afetar a performance do atleta. Para os ciclistas, quanto mais quente e úmido, melhor. Só que para o espectador, tem um certo limite de até onde você pode levar as temperaturas. Então, todos os sistemas foram pensados para manter o prédio quente, mas proporcionar uma certa ventilação para o público."

Gustavo Brunelli também aponta a participação dos atletas na elaboração do projeto. "O Chris Hoy foi parte do júri inicial do concurso. Uma das coisas que ele falou foi sobre manter uma continuidade de assentos em volta da pista para você não quebrar a atmosfera da torcida durante as provas. Isso foi implantado. Trabalhamos muito com o pessoal da British Cycling (Federação Britânica de Ciclismo)", finaliza.

A obra, que custou 93 milhões de libras (cerca de R$ 250 milhões) e levou 23 meses para ser concluída, também está sendo considerada "a mais verde" do Parque Olímpico. "Em termos de sustentabilidade, o Velódromo tem sido o mais brilhante entre todos os projetos. Ele consegue atingir as demandas de utilização esportiva e ao mesmo tempo, ser bonito e incrivelmente eficiente no uso de recursos e eficiência energética", destaca Dan Epstein, que supervisionou os projetos de sustentabilidade nas construções para os Jogos de 2012.

Após a realização da Olimpíada e da Paraolimpíada do ano que vem, as instalações serão dedicadas para treinamentos de ciclistas profissionais e iniciantes. E a projeção é de que o nível de utilização seja bastante elevado, como já acontece no Velódromo de Manchester, uma vez que o esporte é bastante popular no Reino Unido.

Em Pequim, os britânicos conseguiram 7 das 10 medalhas de ouro disputadas no ciclismo. Agora, com a "casa nova", projetada dentro das recomendações dos próprios competidores, a expectativa é de que a equipe anfitriã aumente ainda mais a sua soberania na modalidade.